quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Mapa pra lugar nenhum

Sempre carrego num bolso um mapa que não leva a lugar algum.

Já cansei de percorrer os caminhos que ele assinala, mas não me canso de insistir nos seus roteiros.

Embora eu saiba como termina cada destino, teimo em insistir, cada dia em uma rota, embora seja a mesma de outras vezes.
Repetir os caminhos não me fazem mais tolo, nem significa que sou teimoso. É apenas a única saída por não haver outra opção, a não ser os mesmos caminhos de sempre.
Já me disseram que a vida é assim mesmo. Eu não acredito, por isso tento me fazer crer que possa haver algo novo no depois de agora.
Talvez a novidade possa surgir na próxima esquina. Pensar nisso é o único remédio que encontrei para fugir da mesmice do ‘todo dia a mesma a coisa’.
É possível que, em alguma curva, exista alguém com um mapa que me leve a algum lugar que me faça melhor. Mas precisa ter destinos que eu nunca tenha ouvido falar, porque dos que já ouvi, todos são chatos e estão no meu mapa de bolso, incluindo o cemitério, o céu e o inferno.

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