Hoje está muito fácil fotografar. Basta um telefone celular com câmera e, clic! Fazer clique na câmera já era fácil nos anos 70, complicado era sair fotografando com os altos custos da revelação dos filmes. Em preto em branco era caro, colorido então, era o olho da cara. Esta da foto é a Kodak Xereta que vinha com um flash descartável para quatro cliques. Era um saco ter que esperar uma semana para ver as fotos, que, na maioria das vezes, ficavam uma bosta. Tudo preto, borrado, sem foco ou com as cabeças cortadas. Abrir os envelopes com as fotos reveladas era sempre uma emoção que, na maioria das vezes, era motivo de decepção.
Mas valia a pena. Tenho retratos com uma Xereta guardados até hoje.
Minha primeira câmera foi uma Ansco, fabricada nos anos 60. O primeiro filme perdi todinho. Assim que acabei de fotografar as 12 poses do filme (127), abri a câmera e desenrolei o rolo para ver como tinham saído as fotos. Ninguém havia me avisado que filmes só podem ser abertos em quarto escuro de laboratório. Como não vi nada, enrolei novamente e o levei para revelar. O japonês do foto me entregou como estava, afirmando: "Filme queimado. Não pode tira do máquina. Trás que gente tira e não estaraga, né?
Fazer o quê? Fui embora com uma tira preta e com cara de idiota. O duro seria explicar pra minha mãe o que tinha acontecido. Seria, porque eu nunca contei. Quando ela perguntou onde estavam as fotos, eu respondi prontamente: O burro do japonês estragou tudo!

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