O anúncio acima foi publicado no jornal “O Spectador
Brasileiro”, do Rio de Janeiro, com data de 05 de julho de 1824, com o título
original de “Casamento por uma rifa”.
Como não é assinado por ninguém e com um chapéu de editoria
nominado “Micelâneas”, é bem provável que seja uma brincadeira, ou “pilhéria”,
como se dizia na época, um assunto publicado como “calhau”, texto qualquer para
tampar um buraco a fim de fechar a página do jornal, já que foi estampado no
final da última coluna.
Mas, chama a atenção pela ideia original. Nos dias de hoje,
provavelmente não daria certo. Mas há 200 anos, quem sabe? Os casamentos tinham
por obrigação o tal do dote, pago pelo pai da noiva. Assim, muitas moças pobres
ficavam sem se casar por falta de dinheiro. E, se eram pobres, também não
conseguiriam comprar a rifa, uma vez que o valor real pedido era de 20 mil
réis, em 1824, algo em torno de 120 mil reais, no dinheiro de hoje, 2022.
O jornal de quatro páginas é a terceira edição do periódico
publicado pela gráfica do governo imperial, com o objetivo de falar da vida
diária do imperador Dom Pedro, de política, comércio e registrar fugas de
escravos, algo comum na imprensa daquela época.
Fica a dica: está sem grana para se casar? Rife-se! Como
sempre há uma tampa para uma panela, não vai faltar doida (ou doido) que arrisque
um “zóio”. Vai que dá!
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