Não a do Raul, mas a sua mosca.
Aquela da metamorfose
Não a ambulante, mas a que mora na sua consciência.
Eu sou a mosca que pousou na sua sopa.
Não a da canção.
Mas a da opinião que você pensa que tem sobre tudo.
Eu sou a mosca.
Ou não sou nenhuma,
porque você mata uma e ela se junta às outras, fantasmas
zumbizando seu juízo. Juízo mal feito que
você fez, opinião errada formada sobre tudo.
Sobre o que é a razão, sobre o que você nem sabe o que é.
Eu sou a mosca que perturba o seu sono.
Sou o zumbizar que você ouve quando o sono se vai.
Sou a nuvem escura que enegrece sua velha opinião.
Eu sou a mosca que confunde sua existência.
Sou a mosca da bola de cristal que você comprou de um camelô,
Vizinho do sábio faraó que repousa nos livros da estante, ao
Lado de Dom Quixote.
Sou a mosca, mas, se chamarem, diga que eu saí, sem
Saber se é hora de sair ou de chegar.
Tudo é tão estranho que não sei como explicar.
Eu sou a mosca, sou você.
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