terça-feira, 21 de novembro de 2023

Programa Satélite Show - há 45 anos

Há 45 anos eu estreava na Rádio Jornal de Assis Chateaubriand um programa dinâmico que teria um papel importante na emissora que estava nascendo. Era outubro de 1978.

— O som nasce aqui, e vai subindo, subindo, bate na camada de ozônio e desce, desce, até o seu rádio pra chegar no seu ouvido. Está no ar o Satélite Show!

Boa tarde! Boa tarde pra você de perto, boa tarde pra você de longe.

Boa tarde a mamãe, ao papai, às vovós e a vocês, crianças.

Que seja mesmo uma boa tarde, melhor que a de ontem, mas não melhor que a de manhã, porque cada dia é sempre um novo dia.

Está começando mais uma tarde de comunicação e sucesso. Nós e vocês, vocês e nós, juntos no ar, no até saliteshow.

Sonoplastia do programa é de...

Em seguida, eu dava a ficha técnica, sonoplasta, discotecário, gerente, diretor da rádio, operador de transmissor e até da senhora do cafezinho.

Não vou dizer nomes para não esquecer ninguém. Todos foram importantes no sucesso que fizemos durante muitos anos...

Naquela época, a gente usava muito eco na voz. Quando eu dizia: No ar, o satélite show, o operador, o sonoplasta abria o volume de retorno de um gravador de rolo que fazia eco. E aí ficava, show show show.

Tinha muito fundo musical, sempre com musica animada, que na época eram as discoteques que ditavam o ritmo das música que tocavam no rádio, na televisão e nas casas dançantes. Isso dava um ritmo muito legal. Era como uma pinga pra animar. Uma pilha, uma ligada em 220.

A gente podia até estar triste com alguma merda que a vida sempre nos reserva, mas chegava naquela hora, esquecia tudo... O fone de ouvido mel ligava no ouvinte. Isso fazia com que as participações por telefone me colocasse pertinho dele, ou dela. Era como se estivéssemos numa festa, todo mundo alegra alegre e feliz. Era como hoje no Facebook, onde todo mundo vive uma felicidade eterna, ninguém deve nada, não há conta pra pagar e ninguém é feio. Não havia Facebook nem Instagram, mas o rádio pintava um mundo colorido para espantar as tristezas de quem ouvia e de quem fazia o rádio.

A gente falava de tudo. Eu sempre cumprimentava o ouvinte na abertura do programa com uma alegria que nem sei de onde tirava. Só sei que era sincero, mesmo que estivesse triste.

Tenho um orgulho muito grande de ter usado uma nova maneira de atender o ouvinte ao vivo. Não sei se eu fui o primeiro, só sei que as rádios que a gente ouvia na época, inclusive as grandes rádios, atendia o ouvinte no telefone no ar, perguntando: Alô, quem fala? Eu achava aquilo ridículo, pois o locutor já sabia com ia falar, porque ele falava com o ouvinte antes, ou era informado por um atendente antes dele, que já tinha anotado nome, de onde falava e a música que o ouvinte ia pedir. Então, eu achava uma besteira, falsidade até, perguntar quem estava falando, já que eu sabia quem era. Normalmente eram as mesmas pessoas todos os dias, variava um pouco, mas quando eu atendi a ligação, reconhecia o ouvinte pela voz.

Eu mudei aquilo. Não perguntava quem era, como já estava combinado, eu ia direto: Agora eu vou falar com a minha ouvinte maria, lá do bairro x, alô maria, como vai sua tia! Plagiando o Chacrinha, eu sempre fazia uma rima. E eu não tinha que perguntar que música você quer ouvir, ou como dizem até hoje, qual é a música, sendo que o pedido já está pronto pra ligar play. Eu simplesmente dizia: a música vai pra quem? Quando o ouvinte dizia: ah, quero mudar a música que eu pedi. Eu dava o troco na hora: muda amanhã, que a de hoje já tá rodando. E soltava a música - Era só risada e nunca nenhum ouvinte brigou comigo por causa disso.

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