Um assunto de sempre chama a atenção para os cuidados com a água, dando conta de que os poços artesianos não garantem água saudável e podem causar doenças, havendo a necessidade de um monitoramento através da Vigilância Sanitária.
Não resta a menor dúvida, pois, do jeito que a terra anda poluída, não há mesmo como haver água límpida e cristalina nas nossas minas subterrâneas, como há 50 anos.
Mas se aqui no interior a poluição da natureza está crítica, imagine nas grandes cidades, onde o quadro é muito mais feio. Pior ainda são nas cidades em que a água que serve a população nas torneiras vem do mesmo lugar onde são derramados os esgotos de banheiros de todo mundo.
Dia desses, um chateaubriandense que está longe de Assis há muitos anos escreveu numa rede social que o que mais lhe dá saudades aqui é tomar água na torneira da Praça da Américas, pois onde ele mora, até para tomar banho a água não presta. “Já vem fedendo da rua”, escreveu ele, descrevendo a água que recebe em casa.
O mundo está ficando pequeno e, aos poucos, estamos espremendo os mananciais que tanto precisamos. A recuperação das fontes de água é muito devagar, em relação à velocidade com que as destruímos. Há 40 anos, o Horto Municipal era três vezes maior e possuía mais de 100 minas de água. Muitas donas de casa lavavam roupas naquelas fontes. As conhecidas lavadeiras faziam filas, levando e trazendo “buchos” de vestuários para bater em pranchas de madeiras, montadas nas águas que corriam límpidas e doces. Hoje, esse número se reduziu a cerca de três fontes de água que abastecem o Rio Baiano, que de largo riacho se tornou um fio de água, perto do que já foi um dia.
O Rio Alívio, que já basteceu por completo a cidade, era fonte fresca para matar a sede nas próprias margens, tamanho era o frescor e qualidade das águas que se represavam na Sanepar. Com tanto veneno, lixo e bicho morto jogados nas margens, desde sua nascente, de alívio só restou o nome.
Como o homem acha saída para tudo, o caminho mais fácil foi buscar água no poço, furando aqui e ali. O Brasil já parece um queijo suíço, de tantos buracos de poços artesianos. Sabe-se que a reserva é grande, mas como tudo tem um fim, já se fala em buscar água em marte. Tomara que seja limpa e boa de beber.
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