Nunca esteve tão em voga discutir o racismo. O brasileiro sempre se gabou de ser um povo miscigenado e que, por isso, se dá muito bem nos relacionamentos de entre raças. Pura mentira, pois o brasileiro é racista e preconceituoso até na alma, desde sempre. E não é só nas frases conhecidas, como chamar um negro de “preto de alma branca”, mas nos simples gestos que se pratica na presença de alguém diferente.
É muito comum ver pessoas que não escondem um certo mal
estar ao chegar perto de deficientes físicos ou alguém diferente de sua cor. E
isso está impregnado em gente de todo as raças, pois há racismo e preconceito
em todas as linhas, de branco para preto, de preto para branco, e entre si, de
todas as formas, incluindo outras raças e diferenças físicas.
As pessoas com problemas físicos aparentes são as mais
discriminadas. Outro dia, numa conversa entre passageiros de ônibus, uma mulher
disse dar graças a Deus por não ser negra nem aleijada. Esse é o perfil de uma
mente que não consegue avaliar um mínimo problema social à sua volta, muito
menos perceber que sua condição não é melhor do que ninguém.
Todo mundo tem um pouco de racista e preconceituoso. Se você
não tem, parabéns, mas faça o “teste do pescoço” de Luh de Souza e Francisco
Antero:
01 - Meta o pescoço dentro das joalherias e conte quantos
negros são balconistas.
02 - Vá em qualquer escolas particular, espiche o pescoço
pra dentro das salas e conte quantos alunos negros há . Aproveite, conte
quantos professores são negros e quantos estão varrendo o chão.
03 - Vá em hospitais, enfie o pescoço nos quartos e conte
quantos pacientes são negros, meta o pescoço e conte quantos negros médicos há,
e aproveite para meter o pescoço nos corredores e conte quantos negros limpam o
chão.
04 - Quando der uma volta num Shopping, ou no centro
comercial de sua cidade, gire o pescoço para as vitrines e conte quantos
manequins de loja representam a etnia negra consumidora. Enfie o pescoço nas
revistas de moda, nos comerciais de televisão, e conte quantos modelos negros
fazem publicidade de perfumes, carros, viagens, vestuários e etc.
05 - Vá às universidades públicas, enfie o pescoço adentro e
conte quantos negros há por lá: professores, alunos e serviçais.
06 - Espiche o pescoço numa reunião dos partidos políticos e
conte quantos políticos são negros. Vá na Câmara Municipal e veja quantos
vereadores são negros. Vá na Prefeitura, nos bancos e confira quantos negros há
trabalhando.
07 - Meta o pescoço nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de
correção para menores, conte quantos são brancos, é mais fácil.
08 - Gire o pescoço e procure quantas empregadas domésticas,
serviçais, faxineiros, favelados e mendigos são de etnia branca. Depois
pergunte-se, qual a causa dos descendentes de europeus, ou orientais, não são
vistos embaixo das pontes ou em favelas ou na mendicância ou varrendo o chão.
09 - Espiche bem o pescoço na hora do Globo Rural e conte
quantos fazendeiros são negros, depois tire a conclusão de quantos são
sem-terra, quantos são sem-teto. No Globo Pequenas Empresas& Grandes
Negócios, quantos empresários são negros?
10 – Entre todos os locais citados, em quantos deles há
deficientes físicos com oportunidade de trabalho?
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