As redes sociais da internet fazem nosso assunto de hoje, e, mais uma vez, até porque são elas que compõem o maior número de comunicação entre pessoas, por incrível que possa parecer. Poucos conversam pessoalmente, se comparados com milhares de pessoas que passam a maior parte do tempo recebendo e dando respostas a conversas virtuais, banalidades na grande maioria.
Mas o que nos trás de volta ao assunto é uma pesquisa da
Universidade Oxford, da Inglaterra, que acaba de ser divulgada. O universo
pesquisado envolveu vários países, inclusive o Brasil. No geral, a pesquisa
revelou que a maioria das pessoas não acredita nas informações replicadas pelas
redes sociais. Elas responderam que acreditam na imprensa. Porém, no Brasil,
ainda é considerável o número de gente que não sabe diferenciar uma informação
verdadeira de um boato. São 21%, segundo a pesquisa, que acredita em qualquer
bobagem lida e replica nas redes sociais, como se fossem novidades e verdades
absolutas. O que denota uma ignorância que não deveria haver em tamanho número,
pois 21% significa que temos, no país, 43 milhões de ignorantes alimentando
besteiras na internet. Um número que combina com os políticos mal escolhidos,
com o sucesso das novelas, dos programinhas barrelas de televisão, com a quase
extinção de cinemas, teatros, bancas de jornais, livros e revistas, com a
diminuição de leitores e com o respeito de uns pelos outros. A tecnologia está
engolindo as pessoas tal qual o mar toma uma ilha aos poucos. O que deveria ser
aproveitado como crescimento é mais diversão do que utilidade, pois,
computadores e celulares na mão da maioria é só um brinquedo ou ferramenta
fútil.
Mas, como se diz por aí, ruim com isso, pior sem isso. Não
se chega ao fim de um caminho se não se iniciar a caminhada, o que significa
dizer que cada coisa tem sua hora e lugar para acontecer.
No início do século passado, o número de analfabetos era
assustador. Quem pensa que o quadro mudou muito, se engana. Não estamos falando
de analfabetos funcionais, que se apinham em qualquer lugar, por mais que
pareçam aculturados. O analfabeto citado aqui é aquele que não sabe ler,
existente num número muito grande ainda no Brasil. O interior tem a maior
quantidade, mas eles estão também pelos grandes centros, e não só nas
periferias.
O que se entende por ler não é apenas o conhecimento de
juntar letras, formar palavras e dar sentido às frases. Ler significa entender
o que a frase quer dizer. E aqui é onde mora o problema, pois uma grande parte
da população não consegue entender frases com mais de cinco palavras. É quase
inacreditável, mas é a mais pura verdade. Quando surge uma palavra diferente do
cotidiano, a coisa piora ainda mais, pois além de não entender, o analfabeto de
leitura tem vergonha de dizer que não sabe, por isso não pergunta e continua
sem saber. Um cursinho de Letras, em Manaus, fez um teste em uma fábrica, distribuindo
um bilhete impresso para cada funcionário no portão de saída, na tarde de uma
segunda-feira, com a seguinte informação: “o dia posterior ao que seguiu ontem
não teremos expediente como prêmio de produção”. Resultado: apenas 15% deles
buscaram informações na portaria e 60% foi trabalhar normalmente no outro dia.
Ou seja, calcula-se que 75% por cento não entendeu que o “dia que seguiu ontem”
é hoje e o posterior só poderia ser amanhã.
O pior de tudo é que há quem torça para que a situação fique
pior. Educação e cultura significa o fim de lucros para muita gente.
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