Os jovens deveriam agradecer todos os dias a invenção da internet. A maioria já nasceu com ela e não consegue imaginar como é viver sem esse milagre do mundo moderno. Quando a gente cresce com a tecnologia do lado é impossível mensurar a real importância dela.
Quem nunca estudou sob a luz de
uma lamparina nunca saberá como é a alegria de ver a luz elétrica se acender
pela primeira vez na cozinha de sua casa. Quem já nasceu numa casa com telefone
ou tinha ele no orelhão da esquina não imagina o que é ouvi-lo tocar pela
primeira vez somente depois de adulto. Só mesmo quem fez força no sarilho de um
poço para tirar água é que sabe o real valor de uma torneira em casa.
Não existe presente sem passado e
nem futuro sem presente. Isso, todos sabemos, mas o que nem todos valorizam é o
trabalho que a humanidade faz para fazer o hoje e o amanhã. Nada sai do nada e
tudo se modifica, se transforma. O que é novo agora será velho daqui a pouco. O
jovem de hoje será um ancião ultrapassado em poucos anos. Tem gente que não se
dá conta disso. O mundo é mundo rápido, tudo acontece sem que nos apercebamos.
A internet chegou como uma janela
escancarada para o universo inteiro. Uma fonte inesgotável de saber que se
amplia a cada segundo, com trilhões de informações e saberes, impossíveis de
serem calculadas.
E Google? Ah esse Google... Fonte
espetacular que, se bem usada, torna-se a melhor ferramenta cultural que o
mundo já viu. Ele responde a tudo e a todos. Raramente deixa alguém sem uma
resposta. Às vezes, nem clara, nem objetiva, mas responde. É um senhor
sabe-tudo, como o pai da gente, quando somos crianças, mas com a diferença de
que o Google sabe tudo mesmo!
Essa enciclopédia, dicionário,
consultor, médico, psiquiatra e outras coisas virtuais, é aquilo que chamamos
de "uma mão na roda", quando necessitamos de qualquer tipo de
informação. Mas pode ser também uma armadilha quando usada indevidamente.
Qualquer pessoa pode ter um
parecer, um conhecimento, um trabalho, uma foto ou qualquer informação
publicados na internet. De graça. Por isso, tem gente que acha que pode pegar
para si, como se fosse dona, sem sequer citar a fonte. Tem uns que até assinam
autoria, gabando-se de um feito alheio.
Esse barbarismo com a criação de
outrem chega a ponto de copiar trabalhos acadêmicos inteiros, matérias jornalísticas
em partes ou na totalidade e até, pasmem, editoriais de jornais, um artigo que
jamais poderia ser surrupiado, pois ele é a opinião do jornal. Quem copia
opinião é porque não tem uma própria e nem sequer possui identidade. É um
absurdo e, como tal, inaceitável.
A ousadia calhorda, ignóbil e
covarde chega a ponto de usar desse expediente para publicar na imprensa,
trabalhos que alguém dedicou horas, debruçado sobre um teclado, imprimindo
conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, com estudo e dedicação.
Talento não se compra, não se
acha na esquina nem no lixo. Talento vem de berço e faz parte da alma. Um
verdadeiro presente de Deus que se lapida praticando, sem ter que roubar o suor
de ninguém.
Como na parábola de Jesus em
Mateus, até os dotados de poucos "talentos" [dinheiro ou dom?] devem
produzir e devolver mais do que receberam. Mas a falta de criatividade e
preguiça não mudou nos últimos dois mil anos.
Copiar e colar é muito fácil, mas
como se trata de uma mentira, tem pernas curtas. Um passo hoje e outro amanhã
são só prenúncios de que o escorregão vai chegar, deixando à mostra a falta de
escrúpulos de um preguiçoso que acha melhor copiar do que criar. Ou, no mínimo,
vai mostrar a incompetência de alguém que entra em um meio só porque acha bonito.

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