Nos anos de 1970 e 1980, tornou-se comum o recebimento de cartas com uma proposta de ganhar dinheiro fácil por meio de uma lista onde o destinatário deveria incluir seu nome e enviar para outras cinco pessoas, além de responder ao remetente um envelope contendo cinco ou dez reais, conforme a proposta recebida. Era a corrente chamada Pirâmide que se alastrava pelo País utilizando os Correios.
De lá pra cá, só se fez multiplicar esse meio considerado ilícito pelas leis do Brasil. Hoje, com a facilidade da internet, há centenas de correntes que correm a rede mundial em busca de pessoas que, desinformadas, entram no circuito achando que vão ficar ricas em poucos meses. E não é só pela internet, há ainda outras pirâmides que se escondem atrás de nomes de empresas, comercializando produtos, mas que na verdade centralizam suas ações no pagamento da inscrição, sob a promessa de ampliar os ganhos financeiros de quem compra. Puro engano, pois está mais que provado que as correntes sempre quebram e a maior parte da lista quebra junto. Tudo isso são armadilhas para atrair quem busca o lucro rápido.
No início dos anos 80, uma famosa empresa que entrou forte no Brasil nesse tipo de negócio conseguiu em pouco tempo amealhar milhares de pessoas, numa corrente que parecia a solução de todos os problemas financeiros. A promessa era de ganhar rios de dinheiro fácil. Faziam cursos e aplicavam os truques da auto ajuda, que se utiliza de meios de fixação de desejos. Quase todos os adeptos desse negócio colavam no espelho do banheiro ou da penteadeira, fotos de carros importados, mansões e até mesmo de iates caríssimos, levados pelos "instrutores" da pirâmide a acreditar que o simples ato de mirar o "objetivo" todos os dias, levaria à concretização do desejo.
Ficou nisso. As fotos envelheceram, os desejos não se realizaram e apenas uns poucos ficaram ricos: os cabeças da pirâmide que sumiu do mapa.
Esse golpe que já existe há mais de um século sempre ressurge de várias maneiras. É preciso estar atento para não cair na tentação do dinheiro fácil.
"Constitui crime contra a economia popular, punível com 6 meses a 2 anos de detenção, obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos (bola de neve, cadeias, pichardismo e quaisquer outros equivalentes)", diz a Lei brasileira.
Bem afirma o ditado que otário ralei mas não acaba. Lá pelos anos 70, um conceituado lojista da cidade procurou a polícia para denunciar que havia sido enganado por desconhecidos que lhe venderam uma máquina de fazer dinheiro. Só não foi preso por ser amigo do delegado. Volta e meia tem alguém procurando os homens da Lei para denunciar o velho golpe do bilhete premiado. É a ganância que se sobrepõe às leis.
Enquanto existirem gananciosos, ingênuos ou mesmo otários, os golpes vão funcionar. É pela boca que morre o peixe. O "olho maior que a barriga" e a vontade irresistível de levar vantagem em tudo, como a antiga "lei de Gérson", já fez muita gente perder até as calças.

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