quinta-feira, 6 de outubro de 2022

É preciso lavar as mãos depois de balançar

Corre pela internet mais um daqueles e-mails com curiosidades que não sabemos realmente se são úteis ou o contrário. Desta vez o alvo são as bolsas das mulheres, que, por serem postas em tantos lugares, como, chão de banheiro, carregam um potencial gigante de elementos infectantes e nocivos à saúde.

Não deixa de ser verdade, mas se partimos para preocupações tão detalhistas do nosso dia a dia, chegaremos à conclusão que o melhor é ficar em casa, dentro de uma redoma de vidro, sem nenhum contato com o mundo exterior.

Porém, alguns costumes no levam mesmo a pensar melhor. Tenho minhas dúvidas quanto ao número de pessoas que lavam as mãos depois do que fazem no banheiro. As mulheres têm a vantagem, se quiserem, de não precisar tocar no instrumento do “xixi”, depois de se aliviarem. É só esperar pingar tudo e vestir a roupa novamente. Se pinga tudo, não sei. Já o homem não consegue fugir da necessidade de pegar no pinto pra fazer o xixizinho.

Supondo que ambos, mulher e homem, tenham tido contato com o órgão urinário, precisam lavar as mãos. Caso não o façam, podem expor urina, bactérias e até vírus, ao tocarem outras pessoas.

Numa festa, por exemplo, é um entra sai de banheiros sem fim. Depois de vários goles, os homens só balançam o “pingolim” e voltam pra garrafa. Nessas balançadas, sempre uns respingos sobram para as mãos. Não é preciso dizer o que acontece em seguida.

Imagine o que ocorre numa comemoração de aniversário quando o aniversariante recebe cumprimentos de dezenas de pessoas. Num casamento, centenas de convidados pegam nas mãos dos noivos. Como saber quem lavou as mãos depois de tocar o “xixi”? Nesse troca-troca de mãos, milhares de seres microscópicos são repassados. O final dessa transação anti-higiênica é no jantar e no repartir do bolo. Não me lembro de ter visto noivos irem ao banheiro depois da igreja, mas já vi locais da festa sem pia para lavar as mãos. Só esfregar nas calças não adianta...

Quando cumprimentamos alguém na rua, no trabalho, numa confraternização, não temos como saber onde essa pessoa colocou as mãos. Num toque simplesmente cordial podemos ter contato com milhares de agentes nocivos, como a gripe, conjuntivite e outras doenças. Se não fosse verdade, não teríamos sido orientados a passar álcool nas mãos durante o medo coletivo da gripe suína, em 2009. Por pouco não chegamos a uma histeria naqueles dias. Há lugares públicos que até hoje mantém o frasco de álcool gel à disposição.

Riscos existem, mas não podemos fazer disso uma obsessão por higiene. Conheço pessoas que, bem antes da gripe do porco já tinham uma mania de limpeza quase doentia. Cumprimentam as pessoas com as pontas dos dedos e lavam as mãos com sabão assim que se vêem livre, independente da pessoa a quem cumprimentou. Chega a ser engraçado.

Há ainda a história de um político que leva um litro de álcool no carro para “desinfetar” as mãos depois de cumprimentar os eleitores durante a campanha eleitoral. Mas isso vou contar outro dia.

Temos então dois extremos; de um lado, os com mania de limpeza ou com medo de se contaminar, chegando até a serem portadores do transtorno obsessivo-compulsivo. Do outro, gente que não se preocupa em lavar as mãos nem para comer. Certo estão os japoneses, que não são muito dados ao cumprimento de mãos. O abaixar de cabeças é mais respeitoso, elegante e não contaminante. Devíamos aprender com eles.

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