Corre pela internet mais um daqueles e-mails com curiosidades que não sabemos realmente se são úteis ou o contrário. Desta vez o alvo são as bolsas das mulheres, que, por serem postas em tantos lugares, como, chão de banheiro, carregam um potencial gigante de elementos infectantes e nocivos à saúde.
Não deixa de ser verdade, mas se
partimos para preocupações tão detalhistas do nosso dia a dia, chegaremos à
conclusão que o melhor é ficar em casa, dentro de uma redoma de vidro, sem
nenhum contato com o mundo exterior.
Porém, alguns costumes no levam
mesmo a pensar melhor. Tenho minhas dúvidas quanto ao número de pessoas que
lavam as mãos depois do que fazem no banheiro. As mulheres têm a vantagem, se
quiserem, de não precisar tocar no instrumento do “xixi”, depois de se
aliviarem. É só esperar pingar tudo e vestir a roupa novamente. Se pinga tudo,
não sei. Já o homem não consegue fugir da necessidade de pegar no pinto pra
fazer o xixizinho.
Supondo que ambos, mulher e
homem, tenham tido contato com o órgão urinário, precisam lavar as mãos. Caso
não o façam, podem expor urina, bactérias e até vírus, ao tocarem outras
pessoas.
Numa festa, por exemplo, é um
entra sai de banheiros sem fim. Depois de vários goles, os homens só balançam o
“pingolim” e voltam pra garrafa. Nessas balançadas, sempre uns respingos sobram
para as mãos. Não é preciso dizer o que acontece em seguida.
Imagine o que ocorre numa
comemoração de aniversário quando o aniversariante recebe cumprimentos de
dezenas de pessoas. Num casamento, centenas de convidados pegam nas mãos dos
noivos. Como saber quem lavou as mãos depois de tocar o “xixi”? Nesse troca-troca
de mãos, milhares de seres microscópicos são repassados. O final dessa transação
anti-higiênica é no jantar e no repartir do bolo. Não me lembro de ter visto
noivos irem ao banheiro depois da igreja, mas já vi locais da festa sem pia
para lavar as mãos. Só esfregar nas calças não adianta...
Quando cumprimentamos alguém na
rua, no trabalho, numa confraternização, não temos como saber onde essa pessoa
colocou as mãos. Num toque simplesmente cordial podemos ter contato com
milhares de agentes nocivos, como a gripe, conjuntivite e outras doenças. Se
não fosse verdade, não teríamos sido orientados a passar álcool nas mãos
durante o medo coletivo da gripe suína, em 2009. Por pouco não chegamos a uma
histeria naqueles dias. Há lugares públicos que até hoje mantém o frasco de
álcool gel à disposição.
Riscos existem, mas não podemos
fazer disso uma obsessão por higiene. Conheço pessoas que, bem antes da gripe
do porco já tinham uma mania de limpeza quase doentia. Cumprimentam as pessoas
com as pontas dos dedos e lavam as mãos com sabão assim que se vêem livre,
independente da pessoa a quem cumprimentou. Chega a ser engraçado.
Há ainda a história de um
político que leva um litro de álcool no carro para “desinfetar” as mãos depois
de cumprimentar os eleitores durante a campanha eleitoral. Mas isso vou contar
outro dia.
Temos então dois extremos; de um
lado, os com mania de limpeza ou com medo de se contaminar, chegando até a serem
portadores do transtorno obsessivo-compulsivo. Do outro, gente que não se
preocupa em lavar as mãos nem para comer. Certo estão os japoneses, que não são
muito dados ao cumprimento de mãos. O abaixar de cabeças é mais respeitoso,
elegante e não contaminante. Devíamos aprender com eles.

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