quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Oscar Martinez - a entrevista

Entrevista completa de Oscar Martinez ao jornalista Clóvis de Almeida, em 2010. Ele conta tudo sobre a colonização de Assis Chateaubriand, razão do nome da cidade, a visão dele sobre a história dos jagunços e muitos outros assuntos num papo descontraído e informal, na casa dele em Curitiba.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

A ruínas que a cidade esqueceu

Pouca gente conhece o que sobrou do que seria uma fábrica de papel que veio se instalar em Assis Chateaubriand no início dos anos 70. Até mesmo a longa história da existência da indústria é pouco conhecida da população.

Nas margens do Rio Alívio, a cerca de três mil metros do centro da cidade, repousa um monumento ao abandono: um túnel de 100 metros de comprimento, erguido em concreto armado. Está lá, esquecido, há 48 anos em meio à mata, coberto pela vegetação. Do outro lado do rio, descansa solitário um paredão, também de concreto, com aproximadamente 60 metros de comprimento. Se as obras chegassem ao término, o muro seria a barragem de um grande lago que abasteceria uma fábrica de celulose para a fabricação de papel e o túnel seria a base das máquinas, do que poderia ser uma grande indústria. Fala-se também que as águas da represa que seria formada no local poderiam funcionar uma usina hidrelétrica.

Não é preciso ser engenheiro ou pedreiro para imaginar a grande quantidade de cimento, pedra, areia e ferro, usados no que hoje são só ruínas. As paredes do túnel e do paredão medem 42 centímetros de espessura, laterais e teto. A altura mede 2 metros e meio, mesma medida da largura. Há também concreto no piso, em toda a extensão. Os ferros, de grandes bitolas, estão trançados por toda a construção, que ultrapassa a 900 metros quadrados de alvenaria bem feita. Em uma das extremidades, o túnel possui uma elevação que lembra uma enorme caixa d’água, acompanhada de duas torres, também de concreto. É possível andar no teto, onde a vegetação se mistura com o piso de cimento.

O pioneiro Massachiro Mori, que foi vereador e presidente da Câmara de Assis Chateaubriand por três legislaturas, me contou certa vez que o município fez a doação, com aprovação da Câmara, de dois terrenos, que juntos somavam sete alqueires, para a construção da fábrica de papel nas margens do Rio Alívio, na estrada para o Carajá, há três km do centro da cidade. Disse ainda que a fábrica chegou a produzir algumas bobinas de celulose e logo depois fechou e foi abandonada. Essa informação me foi confirmada pelo pioneiro Santo Trovo, um dos primeiros funcionários da Colonizadora Norte do Paraná, nos anos 60. Ambos já faleceram.

O prefeito da época, quando do início da obra, era Rudy Alvarez. Em uma longa entrevista, Rudy me afirmou que foi até Santa Catarina convidar um empresário para montar uma fábrica de papel em Assis, a fim de aproveitar o manancial do Rio Alívio. Ofereceu o local e energia elétrica da usina municipal, que o próprio Rudy havia construído. Segundo Rudy, os homens vieram e começaram a fábrica, mas largaram tudo e foram embora porque não tiveram apoio do outro prefeito, que seria o Koite.

Diante dessas informações, falei com ex-prefeito Koite Dodo. Liguei a ele, que já morava em Curitiba, e perguntei a versão dele da história. O Koite narrou que, ao assumir seu primeiro mandato de prefeito em 1977, mandou fazer um levantamento completo da construção da fábrica e chegou à conclusão de que não havia consistência nos propósitos da indústria que se propunha a instalar na cidade. Segundo Koite, os diretores da fábrica queriam tudo de graça. Queriam que a Prefeitura continuasse a construção com dinheiro público. Koite lembrou que a situação não era boa e o município não possuía recursos para um investimento tão grande. Ficava inviável. O Koite disse ainda que se colocou à disposição para interceder junto ao governo do estado e federal para solicitar ajuda, mas o pessoal da fábrica não aceitou, abandonaram tudo, fecharam a fábrica e foram embora, levando as máquinas e os sonhos de mais de 2 mil funcionários. Ao final da conversa, Koite Dodo disse bem assim: a intenção dos donos da fábrica não era boa.

A fábrica funcionou de 1970, a 1977 – foram sete anos fabricando massa base para papel e papelão. O engenheiro Tadamishi Hara, que atuou na abertura do município nos anos 60, me disse também em entrevista que esta fábrica já estava fabricando papelão para caixas de sapatos de algumas fábricas de São Paulo.

Seja lá o que se deu para o fechamento, a verdade é que se tratou de uma indústria que estava empregando muita gente, com já disse, mais de 2 mil funcionários. Eu conversei com alguns deles para uma longa reportagem que publiquei em dois jornais e no meu livro sobre Assis Chateaubriand, há mais de 10 anos, com depoimentos, fotos e cópias de documentos que comprovam tudo isso que acabei de dizer aqui. Se você quiser saber mais, entra em contato comigo.

Em resumo, a fábrica de papel e celulose que se chamava Tupãssi, foi um sonho de progresso que ficou perdido e esquecido nos últimos 40 anos. Está lá, nas margens do Rio Alívio, contrastando concreto e natureza, num silêncio profundo só quebrado pelo canto de pássaros e o burburinho das correntezas do Rio Alívio, que ao lado corre calmo, testemunha silenciosa da existência de um projeto abortado.


sábado, 30 de dezembro de 2023

Tupãssi ou Tupacy?

 

A cidade de Assis Chateaubriand nasceu por volta de 1958, como um pequeno povoado que chamaram de Campo dos Baianos, dentro do município de Guaíra, que se estendia numa grande área. A partir de 1960, passou a ser um distrito de Toledo, que se emancipou de Guaíra, passando a ser chamado de Tupãssi.

Mas e esse nome, de onde surgiu?

O Dr. Rudy, ex-prefeito e o gerente da Colonizadora que colonizou a cidade, disse a mim, que o nome de Tupãssi surgiu a partir do nome de uma fazenda que o Dr. Oscar Martinez, o dono da Colonizadora, tinha lá em Mato Grosso. O nome da fazenda era Tupaci. Que em Tupi Guarani significa: Tupa, Deus e CY, mãe – assim a junção de Tupaci significa Mãe de Deus.

Acontece, que o Dr Oscar Martinez não confirma isso. Em 2010, eu conversei com ele numa longa entrevista, lá na casa dele em Curitiba. Quando eu perguntei sobre a origem do nome Tupãssi, ele não demonstrou.

De qualquer forma, o nome Tupãssi, que foi herdado depois pelo então distrito de Novo Tupãssi, que hoje é município, parece estar grafado errado, se realmente tem origem no Tupi Guarani.

Tupa ou Tupã, realmente quer dizer Deus. Mas, “mãe” em tupi-guarani se escreve com C e Y, ou seja, CY.

Como nos seguintes exemplos:

Yacy, Mãe Natureza

Amanacy, mãe da chuva

Aracy, mãe do dia

Iracy, mãe do mel

Yaucacy, mãe do céu

Pesquisei em diversos dicionários tupi guarani e percebi que todas as palavras terminadas com o som de SI, são escritas com CI ou CY. Não encontrei nenhuma terminada em SI, escrita com S, muito menos com dois esses.

Então, se realmente a palavra Tupãssi significa mãe de Deus, como afirmam vários registros, inclusive oficiais, deveria ser escrito com CY: Tupãcy, e não com dois esses.

De acordo com as normas ortográficas da língua portuguesa, em vigor desde 1943, prescreve-se o uso da letra "C" para palavras de origem indígena.

Interessante que no Rio Grande do Sul há um município que se chama Tupanci do Sul. Pelas normas, também está escrito errado. Embora CI, esteja certo, tupa se escreve com o acento til no a, e não PAN, com N.

Em resumo, realmente o nome Tupãssi tem origem no tupi-guarani, escrito Tupacy, sem acento, com C e Y, que significa “Mãe do Deus Raio”.

 

Agora, porque registraram de forma diferente, não consegui descobrir. Se alguém conhece a razão, conta aí que a gente quer saber.

Grafado errado ou não, um nome registrado é um nome próprio. Passa ser uma entidade. É como Geraldo e Gerardo, Cleusa ou Creuza? Cácio ou Cássio? Cesar, ou Cezar? Clóvis ou Clóves?

Nome é nome. O importante é o que significa, como Tupãssi, terra de gente boa que tem todo o nosso respeito.

Gostou da crônica, compartilha, clica nesse negócinho de gostei aí.

Um abraço, hoje, com dois esses?

 

 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Uma cidade cheia de gente


A Rua Riachuelo é uma das mais movimentadas da cidade. Mas, muitos não sabem que ela já foi mais do que isso, um grande aglomerado de mercearias, um shopping de secos e molhados a céu aberto. Até a metade dos anos 70, esta rua era o início da estrada para Cascavel e, talvez por isso, os comerciantes preferiam ali se estabelecer. O Zé Japonês foi um dos primeiros a construir um salão de madeira e montar uma “venda”, que está no mesmo lugar até hoje, conservando as mesmas características do comércio de balcão, onde o “vendeiro” pega a lista de compras e vai juntando os itens nas prateleiras ou nas sacas espalhadas pelo chão. O Zé foi um dos campeões da venda de caderneta. Ele já faleceu, mas seu filho continua com a venda, no mesmo modelo que começou. Mas houve outros também importantes na Riachuelo. O Capixaba, na esquina de baixo, Geraldo Arroio, mais abaixo, a venda do Luis Rato na esquina com a Avenida Tupãssi e mais uns 10 outros merceeiros, estabelecidos na mesma época, como o Geraldo mineiro, seo Jaime, Seo Vitório, e seo germino. A rua chegou a comportar 13 mercearias na mesma época. E havia freguês para todos, pois tinha muita gente. Onde hoje estão os meios-fios, eram enormes filas de carroças estacionadas. No meio, um ou outro Jeep, ou uma perua Aero Willys. Carro tinha pouco, mas carroça e animais se misturavam aos montes com as pessoas. As famílias que moravam nos sítios vinha fazer compras e voltavam com as carroças cheias de mercadoria. Vinham cedo, passavam nas lojas de roupas, calçados, farmácias e todo tipo de comércio. Por último, iam para as vendas comprar comida, louças, panelas, fumo, corda, ferramentas, pregos, bebidas e os mais variados artigos de secos e molhados. Enquanto o vendeiro ia pegando as mercadorias listadas, a família enchia o bucho com um sanduíche de pão bengala recheado de mortadela, regado a uma tubaína gelada na geladeira tocada a querosene. Carroça cheia, buchos abastecidos, hora de pegar o caminho de volta pelas estradas estreitas, cheias de buraco e poeira. Muitas vezes debaixo de chuva e por cima de muito barro e lama do chão vermelho da terra que produzia hortelã, feijão e café. No Natal, o enfeite eram somente as pessoas fazendo compra, deixando parecer uma cidade inteira em festa. Algumas poucas lojas deixavam uma radiola tocando o único disco de música natalina que se conhecia por estas bandas, a Harpa de Luis Bordon, a mesma que também tocava várias vezes ao dia no serviço de alto falante da cidade, instalado em torre de madeira no Bar Tupãssi. Era um som que envolvia a todos num clima de alegria, era um Natal que não se vive mais. Não com aquela magia, num misto de pureza, simplicidade, ingenuidade, honestidade, bondade, simpatia e respeito pelo próximo. Não se falava em roubos, assassinatos e outros crimes, nem ladrão de galinha havia. Quando alguém perdia dinheiro na rua, fazia um anúncio no alto falante da cidade e logo aparecia alguém com o dinheiro encontrado, sem faltar um centavo. Coisa inimaginável para os dias de hoje Meu primeiro emprego foi em uma dessas vendas da Rua Riachuelo. Geraldo Arroio era o proprietário e deu a oportunidade a mim e ao amigo Gelásio. Claro que não deu certo, mas foi a primeira experiência de aprender a responsabilidade no trato com as pessoas. Aos 13 anos de idade a gente mais comia doce do que trabalhava. Naquele tempo, as mercearias vendiam de tudo. Até bacalhau, que não era tão caro como hoje, mas também não devia ser bacalhau de verdade. A maioria da freguesia vinha da roça, gente que plantava e colhia hortelã. A moeda era uma caderneta, onde se marcava os produtos vendidos para a soma no fim do mês ou a cada temporada. Algumas famílias só pagavam a conta no fim da safra ou uma vez por ano. Havia confiança e quase ninguém dava calote. Era difícil uma semana que não se vendia pelo menos uns cinco penicos. E não eram de plásticos. Fabricados em latão e banhados em louça, até poderiam ser confundidos hoje com panelas, não fossem as alças de caneca. Em casa, havia três. Me revoltava ouvir minha mãe dar a ordem de despejar os penicos na privada do fundo do quintal, todos os dias de manhã. Eram três viagens com o nariz tampado e a cara virada pra não ver o conteúdo. Um vez tropecei e caí com “tudo” na horta onde o caminho atravessava. Levei umas chineladas e fiquei de castigo, não por cair, mas por ter “adubado” os pés de alface. Minha primeira e única experiência de balconista me permitiu participar do maior movimento comercial que esse município já viu. Uma população de quase 140 mil habitantes fazia girar muito dinheiro na cidade. Era um tumulto organizado, onde se podia ver de tudo nas ruas. Sorveteiros se trombavam em dezenas com outras tantas dúzias de pipoqueiros, doceiros e gente vendendo salgados em cestas que carregavam nos braços ou em rodilhas na cabeça. Verdureiros tinham aos montes, com cestas ou em carrinhos, como fazia a Dona Mercedes, que levava uma horta inteira por toda a cidade. O marido, japonês, era quem cultivava as hortaliças. Era comum os vendedores de frangos vivos. Galinhas ou patos, amarrados pelos pés e pendurados em varas de madeiras, carregadas nas costas ou em bicicletas. Vendiam tudo, não sobrava nada. Vendedores de ovos batiam às portas, com cestos cheios. Também trocavam por mercadorias ou por serviços com os comerciantes. Mas ainda havia os padeiros que entregavam o pão em casa e as carroças dos bucheiros, um açougue ambulante. Não vi tudo, mas vi muito.

domingo, 24 de dezembro de 2023

Assis Chateaubriand 1974 - um grande ano


Em 1971, Assis Chateaubriand contava com apenas 5 anos de emancipação já era o oitavo município do Estado em população. Sem falar na energia elétrica e muitos outros benefícios. Havia quase 100 escolas municipais e aproximadamente 12 mil estudantes. Já se previa 120 mil habitantes em pouco tempo. Chegou a 140 mil em 1974.

O povo se maravilhava com as obras da Prefeitura em andamento. Diversas construções públicas e privadas mostravam o franco desenvolvimento da cidade que ainda era uma criança. Eram erguidos o Estádio Municipal, canchas de futebol, a fábrica de papel, o ginásio estadual, uma fábrica de tubos, asfalto no centro, armazém da Cotia, serraria da Prefeitura, Hospital do Sindicato, escolas diversas e os prédios dos Correios e da Telepar; obras que marcaram os primeiros anos da cidade que viria a ser chamada de “Morada Amiga”.

Antes de completar 10 anos de emancipação, a cidade recebeu a infraestrutura básica para o desenvolvimento.

O sistema DDD de telefonia no ano seguinte, 1975, colocou Assis Chateaubriand em contato com o Brasil e o mundo. A pavimentação asfáltica das ruas e avenidas, o abastecimento de água, a imprensa, agências de rendas, estabelecimentos bancários, cooperativas, foram elementos de vital importância para o desenvolvimento de uma cidade e, Assis Chateaubriand, ainda jovem, possuía todos estes requisitos que muitas cidades vizinhas, fundadas há mais tempo, ainda estavam pleiteando.

Naquela época, quem nascia aqui era chamado de Assis Chatobriense. Mas, a maioria dos comunicadores da Rádio Jornal, que surgiu em 1978, passou a definir os aqui nascidos como chatobriandense. Eu sempre fui contra e sou até hoje. Porque que a nome da cidade tem uma letra muda, o D, que não se pronuncia. A pronúnica correta é Assis Chatobriand, e não cha teau briande, como muitos dizem, inclusive até alguns políticos que deveriam aprender a falar o nome correto da cidade, afinal de contas, eles devem ser exemplos.

Assim como não se fala o D de Chateaubriand, não faz sentido dizer chatobriandense, com ênfase no D. Bobagem, é chatobriense. Isso é o gentíloco,  pode ser comprovado no site do IBGE, que informa: o gentílico de Assis Chateaubriand é Assis Chatobriense!

No site Wikipédia informa que é o gentílico é chatobriandense. Ocorre que o Wikipedia não é confiável, porque ele é alimentado por qualquer, sem nenhum compromisso com regras gramaticais, etimológicas, históricas ou qualquer fator que dê credibilidade. Tanto é que qualquer pessoa também mudar as informações lá contidas. Assim, quem escreveu chatobriandense lá seguiu a norma da maria vai com as outras.

Mas, se você verificar o site oficial da prefeitura, na página de Dados Gerais, vai confirmar que o Gentílico assis-chateaubriense.

Portanto, já passou da hora de algumas pessoas aprenderem que chatobriandense não existe. Somos chatobrienses.


sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Nem sempre sobrevivem os fortes

O rádio como conhecemos hoje continua em ritmo de queda. A tendência é desaparecer a forma de como a comunicação radiofônica é feita dentro de pouco tempo. A diminuição do dinamismo de locução é o primeiro sintoma de extinção de um estilo que começou nos anos 40, sofreu diversas mudanças com desculpas de modernidade, mas que preserva praticamente os mesmos moldes, até hoje.

A informação tem base nos gostos, costumes e cultura dos jovens de hoje, que, a cada geração, se distancia ainda mais do modelo de fazer rádio que embalava a juventude dos anos 60, 70 e 80. Não se ouve mais rádio como antigamente. No passado, a patroa ouvia rádio no radinho da empregada, segundo elas. Hoje, a mesma patroa assiste à televisão que fica na cozinha ou até mesmo na lavanderia. O locutor com voz de veludo já não engrossa o papo mais, dando lugar ao programa matinal na TV, ou às presepadas dos programas de fofoca televisivos. O rádio não tem mais vozeirão, o que se chamava de voz padrão, com raras exceções. Hoje, qualquer voz serve. Até as vozes femininas, que eram escolhidas pela firmeza de pronúncia, hoje são substituídas por alguém que só sabe ler o nome de músicas e receitas de bolos. 

Se na imagem um rosto bonito é mais atraente do que uma cara feia, uma voz comum sempre será uma voz menos valorizada que um vozeirão. Qual você prefere para a narração de um vídeo, a voz de um Cid Moreira ou o nhe nhe nhein de um zé mané com voz de pato? (com o respeito que o pato merece)

Raramente alguém dá bola para o horóscopo, pois o que era algo interessante para muitos, hoje é só uma bobagem para a maioria. Na verdade, sempre foi bobagem, mas havia público que dava até lucro em razão das previsões astrológicas diárias. Cheguei a ter patrocinador exclusivo para ler horóscopo que eu recortava de jornais velhos, porque a edição do dia só chegava quando o programa tinha terminado. E ai de mim se esquece de falar de um signo!

As emissoras de rádio estão rebolando e se virando nos 30 para manter a audiência, enquanto que nos anos 70, nove a cada 10 pessoas ouvia rádio o dia inteiro. Os locutores eram considerados “artistas” e davam autógrafo. Hoje, os programadores são uma maioria de anônimos e grande parte dos adolescentes nem sabe que eles existem.

No interior, a preocupação é menor, pois o mercado ainda investe muito na programação do rádio. Mas é um fôlego que também tem tempo contado, pois, as crianças do interior também crescem com um celular que toca só o que elas querem ouvir. Se esses são o futuro, o que será do rádio daqui a 20 anos?

A maior autoridade em rádio no Brasil é o professor, jornalista e radialista Heródoto Barbeiro. Segundo ele, abre aspas, “quando todas as emissoras estiverem em FM, a competição vai aumentar e pode chegar ao canibalismo. [uma comendo as outras]”. Já está ocorrendo isso. Tem emissora de rádio vendendo comerciais quase de graça.

O maior erro que já fez em rádio no Brasil foi passar as rádios AM para FM. Não havia necessidade disso. Se bem que, rádio é rádio, independente de frequência. Mas acabou um diferencial que mantinha uma cultura de ouvintes.

Agora, tá mundo em FM, buscando espaços que já não se dividem entre si, mas numa disputa com o Youtube, Instagram, Tik Tok, Facebook e outros canais de informação, onde a imagem prova todo dia que vale mais do que mil palavras.

Darwin já dizia que os que sobrevivem não são os mais fortes, mas os que se adaptam. Quem não se adaptar vai morrer. 

 

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Quer ganhar dinheiro fácil?

Se você não procura dinheiro fácil, não leia este texto - (veja o texto em vídeo, logo abaixo)

Você quer ganhar dinheiro fácil? Muita gente procura  formas de ganhar dinheiro fácil.

É que a vida anda difícil pra quase todo mundo. Principalmente pra quem não tem dinheiro ou não ganha o suficiente para cobrir o que gasta.

Aí você vê uma proposta tentadora numa propaganda, num anúncio, numa postagem de uma rede social, lhe oferecendo a oportunidade de ganhar dinheiro fácil. É tudo o que todo mundo gostaria de achar: a galinha dos ovos de ouro!

Você rola o aplicativo do Facebook, do Instagram de uma outra rede social ou abre o Youtube e está lá: um sujeito com “cara” de “um cara” comum, na frente de uma mansão com piscina, ou encostado num carrão milionário, botando banca de rico. Ou melhor, fazendo pose de pobre que ficou rico.

E vocÊeee, acreditando que ele fala a verdade, ou pagando pra ver, continua assistindo um rosário de coisas bacanas que o sujeito conta. A história de um miserável que ficou milionário e que quer que você também saia da pobreza.

Resumindo: ele tem uma receita, ele quer te mostrar o pulo do gato pra você ficar milionário igual a ele. Olha só como ele é bonzinho!

E você acredita. E vai até o final do vídeo. Aí você clica no link que ele manda. Em seguida você compra o grande segredo que ele se compromete a passar pra você. Mas, por que será que ele não continua ganhando dinheiro em segredo, só ele. Não! Voce prefere acreditar que ele quer dividir o sucesso dele com você! Afinal, ele é é um abençoado, filho de Deus, bom samaritano...

Mas, será que, ao contrário disso, ele não seria o próprio cramulhão, tinhoso, lúcifer, canhoto, cão-tinhoso, chifrudo, demônio, capeta, assistente do diabo?

É que, vestido de ovelha, o cara que promete mundos e fundos, almoço de graça, pode não ser uma ovelha, mas o próprio lobo.

Já ouviu falar de almoço de graça? Não existe. Sempre tem uma cobrança que você não percebe ou só vê depois de ter almoçado.

Prosseguindo. Você acredita no conselho do dinheiro fácil, ou daqul servicinho pra  fazer na internet trabalhando só uma hora por dia para ganhar em dólares. Vai com tudo, investe no sonho e gasta aquele dinheirinho que estava guardado como reserva, porque você acredita em dias melhores. Afinal, é preciso ter esperança. É preciso investir em você mesmo! Não é?

Mas, para sua tristeza, em poucos dias você descobre que caiu num golpe. O cara lhe convenceu a comprar o conto do vigário, uma bobagem bem montada para lhe enganar.

O sujeito que tomou o seu dinheiro pode estar mesmo rico, tomando champanhe e comparando carrões à suas custas e de outros que caíram na mesma lábia. Sabe como? Não foi usando o projeto que ele lhe vendeu, mas dando golpes com uma mentira que pra você seria o caminho de ficar milionário.

Sabe por que ele conseguiu lhe enganar? Por dois motivos:

01 – Ele é um estelionatário, bandido que deveria estar preso.

02 – Você foi motivada pela ganância, pela aparência da possibilidade de ganhar dinheiro fácil. Porque deveria estar careca de saber que nada é tão simples e tão fácil.

A não ser que você não saiba mesmo que nada nesse mundo é de graça, a não ser o amor de Deus.

Você conhece o velho ditado, que afirma que:

Quando a esmola é demais até o santo desconfia!

Mas, eu sei que é difícil a gente parar para pensar quando se está necessitando de uma luz no fim do túnel. Principalmente quando estamos desempregados, com contas para pagar e filhos chorando de fome.

Eu já passei por situações assim. Já levei lambada, mas aprendi.

Aprendi que não se deve acreditar em promessas de dinheiro fácil. Simplesmente porque não existe fórmula de se ganhar dinheiro sem algum grau de dificuldade. Sem trabalho, sem uma ideia genial. Mas para se ter uma ideia genial é preciso trabalhar. A não ser que seja uma ideia para enganar os outros. Esse tipo é mais fácil, mas isso não é ideia genial, é demonial!

Se ganhar um prêmio de loteria é diferente. Mas isso é para os nascidos com a bunda pra lua. Não creio que seja seu caso, assim como não é o meu.

Há oportunidades em que ganhamos algo extra? Claro que sim! Mas quantas vezes na vida?

Não estou aqui falando das pessoas sortudas, se é que existe sorte e não destino. Estou falando de situações comuns, de pessoas comuns, como eu e você, igual aos outros mais de 8 bilhões de pessoas existentes no mundo. Tem ideia do que isso? É o número oito seguido de nove zeros (8.000.000.000). O que representa a população da cidade de São Paulo 667 vezes.

Por que as pessoas são levadas a cair em golpes? Estamos vivendo num imediatismo que nos deixa apreensivo pela por menor que seja a demora. A gente quer tudo para ontem.

Por isso, pessoas vão em busca de resolver seus problemas com soluções práticas e rápidas.

É nessa hora que caem nos golpes da coisa fácil. Do dinheiro muito fácil.

Mas aí, elas não vão encontrar a solução rápida de seus problemas, muito menos dinheiro fácil.

A natureza nos ensina que tudo tem um custo e que nada é simples e fácil. Para uma planta germinar é necessário que, primeiro, se tenha a semente. Depois, é preciso plantar esta semente. É necessário regar, porque pode não chover. É preciso paciência até que a nasça. Mas, para acontecer a germinação, a semente precisa morrer. Se a semente não morrer, não haverá germinação. Na selva, para um animal sobreviver, é necessário que outros lhe sirvam de alimento.  Para a alimentação do ser humano, animais são mortos. Lavoisier, o químico francês, provou que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

------ Há um ditado russo que diz: “O único lugar que se encontra queijo de graça é em uma ratoeira”. Mas não é verdade. Neste caso, o preço do queijo é a vida do rato. Assim, tudo tem seu preço e nada é de graça. Nem mesmo o ar que você respira é de graça.

Veja só, para respirar, seu pulmão tem que estar funcionando, e para que ele funcione todo o resto de seu organismo também tem que funcionar. E para que tudo isso funcione, seu corpo deve ser alimentado. Por fim, para se obter alimento, você pode produzi-lo ou comprá-lo. Para produzi-lo, tem que investir seu tempo e esforço (seu trabalho). Para comprá-lo, precisará do dinheiro.

----- Aí está o custo do ar que você respira, porque tudo tem um custo, nada é de graça.

Assim, repito, não existe dinheiro fácil. É preciso um projeto, um trabalho...

Pra terminar: também não existem bons samaritanos que distribuem receitas de riqueza fácil, porque o ser humano tem a tendência de não dividir riquezas com ninguém, a não ser com pessoas de sua convivência, e, assim mesmo, ele procura manter segredos dos grandes valores, por medo de que alguém lhe passe a perna.

Faça a seguinte pergunta a você mesmo(a): por que alguém que está ganhando milhões de dinheiro com algo na internet vai querer ensinar o caminho das pedras, ou seja, a receita de sucesso a você?

Pra você dividir espaços e lucros com ele? Claro que não!

Há! É como uma corrente, se eu ganhar ele também ganha. Bom, então isso é uma pirâmide. Vou falar disso antes de terminar...

Não existe nada neste mundo que não diminua quando a procura é grande, a não ser o amor de Deus.

Alguém que acha um poço de água no deserto vai ficar gritando para o deserto todo concorrer com a água dele? Uma pessoa que acha um pacote dinheiro, sem identificação de dono, grita na rua a fim de aparecer gente para dividir o achado?

A maioria dos anúncios de bons negócios não tem o alvo no sucesso do negócio anunciado, mas sim no número de pessoas interessada nele. Não vai dar certo o projeto da propaganda, mas o retorno de quem se interessar vai fazer a riqueza de quem anunciou.

Assim, os golpes mais simples tomam dinheiro com uma simples matrícula, passando pelo período de experiência falso e culminando com o velho golpe baseado no truque das pirâmides, onde os últimos, que são maioria, pagam o pato.

Muitas pessoas ainda acreditam que as pirâmides são uma saída para ganhar dinheiro.

Pirâmide não dá certo porque é, simplesmente, insustentável!

A Pirâmide precisa da constante entrada de pessoas para continuar rentável, porém esta entrada tende ao infinito, e uma hora ela acaba quebrando inevitavelmente, pois não haverá seres humanos suficientes no mundo para sustentá-la, e, quem estiver na base vai acabar levando o prejuízo.

Quer ver uma coisa: Vamos supor que seis amigos combinam começar um esquema de pirâmide, cada um convida 6 pessoas que lhe pagam 100 reais cada totalizando 3600 reais, eles dividem entre eles recebendo o montante de 600 reais cada um.

Os 36 devem convidar mais pessoas para poderem receber sua parte, e cada um consegue colocar mais 6 no esquema, o montante agora é de 21.600 reais, cada um dos 36 recebe 300 reais, e os 6 iniciais, recebem 1800 reais cada um. Até aqui, a pirâmide foi boa para todos não é? Mas agora vão ser necessárias 1296 pessoas para manter o esquema crescendo de maneira saudável, mas quais são as reais chances de ocorrer isso? Quase nulas, dificilmente uma pirâmide chega a ficar tão grande assim, o que geralmente ocorre neste momento é a fuga de quem já recebeu o dinheiro e o prejuízo de quem esta na base.

Pra terminar:

Ninguém anuncia que possui uma galinha que põe ovos de ouro.

O máximo que você terá é alguém lhe ensinado um curso por um preço mais barato, para lhe ensinar formas de buscar na internet um meio de ganhar dinheiro.

O que mais dá dinheiro é venda.

A maioria dos milagreiros da internet lhe propõem vender algum produto na internet. E o caminho de vendas é o que realmente funciona, se você quer trilhar os caminhos longe da pilantragem.

Venda, venda qualquer coisa. Calcinha, joias, sapato, serviço, bicicleta, carro, terreno, material de construção, roupa, conselho, amizade, minhocas, ideias, venda qualquer coisa... Se você for bom vendedor, boa vendedora, vai vender, sim. Se não for, vai se lascar, saber por que?

Por se meter em coisas que você não domina, porque vender não é para qualquer um que se aventura no ramo de uma hora pra outra. É preciso ter preparo. Muitas pessoas já nascem com facilidade de venda. Conheço pessoas que vendem até bosta seca. Mas tiveram dificuldades no início, mesmo com o dom para negociar.

Quer vender? Quer aprender como se vende? Estude, faça cursos, aprimore-se, mas não queira se aventurar em águas que você não conhece.

O cara que você viu no Face ou no Insta garantiu que você vai ganhar dinheiro fácil. Mentira dele! Ele, jamais, lhe ensinaria o caminho do dinheiro fácil, porque o dinheiro fácil pra ele, não está nos ensinamentos que ele lhe promete, mas sim do valor do curso ou palestra que você e outras vítimas pagam. Ou seja, você paga por uma coisa que nem existe, ou não passa de informações já comuns que são encontradas na internet de graça.

Muita gente acha que é verdade aquele anúncio para mudar de vida do dia pra noite. Acreditam tanto a ponto de pensar que “os outros” é que são bobos de não aproveitar.

Muitas vezes, cair nesses golpes é por puro desespero. A pessoa precisa tanto de dinheiro, que ela acredita nas coisas mais absurdas. Tem tanta coisa aparecendo a cada dia na internet, tantas novidades que ninguém tem certeza sobre o que é sério ou não.

Tem muita promessa que parece que a vida vai dar uma guinada num estalar de dedos, mas, não se esqueça: Dinheiro fácil não existe!

 

Pra encerrar. Antes de comprar qualquer coisa da internet, procure informações negativas e positivas. Não custa nada, acesse o site: Reclame Aqui.

Digite no Google, Reclame Aqui. Por este site eu já desisti de muitos negócios.

Em vários trechos eu me dirijo diretamente a você. É somente força de expressão. Em nenhum momento eu liguei a sua pessoa aos meus exemplos, a não ser como forma de explicar o pensamento. Caso alguma afirmação que fiz lhe diz respeito, ou nada tenha a ver com sua pessoa, simplesmente ignore. É apenas um texto. Qualquer semelhança terá sido mera coincidência.

Meus respeitos – um abraço.


Rádio Jornal – 45 anos

Fiz este texto para um vídeo - assista abaixo

Há 45 entrava no ar a Rádio jornal de Assis Chateaubriand, em AM, amplitude modulada. Era outubro de 1978. A primeira música a ir ao foia música ‘Amigo’, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. As primeiras palavras a ir ao ar, lidas pelo então locutor recém contratado, Clóvis de Almeida: “Rádio Jornal de Assis Chateaubriand, operando na frequência de 1.470 khz -  transmitindo em caráter experimental da cidade de Assis Chateaubriand – Paraná”.

Neste vídeo, o jornalista Clóvis de Almeida conta os detalhes do primeiro ano da emissora em AM, que deixou de existir há pouco tempo, dando lugar a uma emissora de FM.

Clóvis fala dos primeiros patrocinadores e dos primeiros comunicadores. “Todos que participavam do programa Satélite Show ganhavam meio quilo de café. Era uma loucura no telefone, que chegava a bloquear, de tanta ligação ao mesmo tempo”.

Muitos eventos marcaram a presença da rádio jornal com transmissões ao vivo, como nas festas das nações e no desfile anual de aniversário.

Clóvis conta também que a rádio noticiava o que de melhor acontecia. Infelizmente, as más notícias, como as do acidente que matou 25 jogadores de um time de futebol, o incêndio na Prefeitura e vários outros momentos negativos do município.

O jornalista também detalha fatos pitorescos da época, como a dos pilantras travestidos de radialista. “O sujeito vinha de longe, começava a trabalhar na rádio, ganhava a confiança do povo, depois, dos comerciantes, e aí dava o golpe. Comprava tudo o que podia e sumia no mundo. E isso durou por vários anos, por mais que a direção da rádio avisasse que não se responsabilizava por dividas de funcionários. De vez em quando uma loja levava prejuízo e procurava a rádio para ser ressarcida”, conta Clóvis.

Tem ainda aquela famosa história do narrador que, depois de ver que havia gritado gol que não houve, ele disparou: “Disgooooooooooool!

Ao finalizar, Clóvis de Almeida explica que a crônica em vídeo é um relato do período inicial, de outubro de 1978, a outubro de 1979. Os nomes citados são os que registrou na memória, nas dezenas de artigos e em reportagens impressas de jornais e revistas, que guarda em seu histórico.

“A história não tem dono. É sua, é minha, é nossa, é de todo mundo que tenha história e queira contar. Me ajude a contar histórias. Me ajude a divulgar meu canal no Youtube – compartilhe, dá um joinha, se inscreva no canal para ser informado do próximo vídeo” – Clóvis de Almeida – jornalista, novembro de 2023


Viagem no tempo – e na maioneze

 

Voltar no tempo, viagem no tempo, túnel do tempo e tantos outros títulos fazem sinfonias de respostas em filmes, séries, novelas e outros meios de se contar as histórias que povoam as mentes criativas ou simples cabeças curiosas na dúvida que remonta séculos. Afinal, é possível ou não voltar ao passado? E o futuro, será que nos é permitido ver ou visitar o amanhã? Quem sabe, dois ou três amanhãs? E que tal voltar uns 30 anos, mudar o caminho escolhido?

A maioria das mentes não gastam neurônios com esse tipo de ideia, e a razão é presumível: seus neurônios não estão preparados para conexões tão complexas, por isso, a linha de frente de recepção de mensagens, o que chamamos de volta no tempo é a virada da roda no giro do verso. Basta olhar o reflexo da curva que faz o convexo do côncavo circunviral trôpego, após o célebre, redondo e lúgobe bruxuleante galope da mula que não entende uma simples parábola.

Se essas mentes de sinapses lentas, ou seja, em slow motion, não conseguem acompanhar um raciocínio que exige uma complexidade maior que o compreender do por quê a vaca baba, fica difícil explanar uma ideia que fuja da explícita explicação que não passa de uma resposta banal e simplista: Se baba a vaca, é porque cuspir não sabe ela.

Não posso continuar o raciocínio sem antes abrir um parênteses para explicar o que faz da ideia de viagem no tempo uma possibilidade das fórmulas matemáticas apontarem se verdadeiro ou falso. O que dificultam os cálculos são a falta de números aleatórios que nem mesmo o mais adiantado cientista sabe montar. É porque a lógica se baseia nos princípios ativos de quanto pode isolar dois colchetes na fórmula. Todo mundo sabe que, antes de chegar nos colchetes é preciso resolver o que está dentro dos parênteses. Tudo aquilo que vai na chave faz parte da quarta ou quinta linha.

Assim, faz-se mister lembrar que os princípios ativos matemáticos ficaram muito conhecidos com a chegada dos genéricos, porque eles levam o próprio nome da molécula, como o Omeprazol, por exemplo. É nesse preciso momento que a água e os sais minerais são retirados da base de cálculo, próximo à raiz quadrada de 144, através das teias engendradas em flocos em forma de seiva, denominada seiva bruta.

Por meio de uma reação fotoquímica, é ocasionada a transformação da energia de um tipo em outra, que é conduzida pelos canais existentes em torno do que for predominante positivo ou negativo, dependendo do resultado que se obtém nas somas distribuídas pelas divisões que são multiplicadas pela diminuição das fases que sobem ou que descem.

O que se observa também é uma paralaxe, que nada mais é do que o deslocamento aparente de um objeto por conta da mudança do ponto de vista do observador. "Quando você tapa um dos olhos, tem a impressão de que o objeto está em um lugar diferente, mais à esquerda ou mais à direita. Isso acontece por causa da distância dos nossos olhos. E o que determina essa distância é o tamanho da base do nariz. Essa medida é chamada de paralaxe anual, com H, ou heliocêntrica, sem H e com J de relógio. Ela é mais usada para medir a distância de estrelas mais próximas.

Muito importante observar que, no entanto, o processo consome muita energia e os combustíveis fósseis comumente usados nisso ​​contribuem para o aquecimento global, e a salmoura tóxica que produz polui os ecossistemas costeiros.

Então, o melhor é proceder como eu já disse, lá no início: voltar no tempo, viagem no tempo, túnel do tempo e tantos outros títulos, é como observar a fatia de pão que escorrega de sua mão. Conforme a lei de Murphy, vai cair com a manteiga para baixo.

Resumindo, é melhor não passar manteiga, ou melhor, o bom mesmo é não comer pão.

Pra terminar, caso queira saber qual o ponto de ebulição que faz a passagem do tempo no relógio, é só multiplicar a resistência de um fio de cabelo. É o mesmo esforço que se faz para tirar um chiclete colado no chinelo. O cálculo é simples: ve na calculadora aí, quanto dá 5 x 9?

Trinta e oito? É isso, mais 2 do casco, dá 40. Pronto. A base é 40, mais 27 do cimento, temos então 57 quilos de envergadura na proeminência da curva cêntrica. Se pintar de azul, vai destacar o amarelo. Perfeito! Temos aí o valor da velocidade da viagem no tempo, mais conhecida como “um tour na maionese”.

Programa Satélite Show - há 45 anos

Há 45 anos eu estreava na Rádio Jornal de Assis Chateaubriand um programa dinâmico que teria um papel importante na emissora que estava nascendo. Era outubro de 1978.

— O som nasce aqui, e vai subindo, subindo, bate na camada de ozônio e desce, desce, até o seu rádio pra chegar no seu ouvido. Está no ar o Satélite Show!

Boa tarde! Boa tarde pra você de perto, boa tarde pra você de longe.

Boa tarde a mamãe, ao papai, às vovós e a vocês, crianças.

Que seja mesmo uma boa tarde, melhor que a de ontem, mas não melhor que a de manhã, porque cada dia é sempre um novo dia.

Está começando mais uma tarde de comunicação e sucesso. Nós e vocês, vocês e nós, juntos no ar, no até saliteshow.

Sonoplastia do programa é de...

Em seguida, eu dava a ficha técnica, sonoplasta, discotecário, gerente, diretor da rádio, operador de transmissor e até da senhora do cafezinho.

Não vou dizer nomes para não esquecer ninguém. Todos foram importantes no sucesso que fizemos durante muitos anos...

Naquela época, a gente usava muito eco na voz. Quando eu dizia: No ar, o satélite show, o operador, o sonoplasta abria o volume de retorno de um gravador de rolo que fazia eco. E aí ficava, show show show.

Tinha muito fundo musical, sempre com musica animada, que na época eram as discoteques que ditavam o ritmo das música que tocavam no rádio, na televisão e nas casas dançantes. Isso dava um ritmo muito legal. Era como uma pinga pra animar. Uma pilha, uma ligada em 220.

A gente podia até estar triste com alguma merda que a vida sempre nos reserva, mas chegava naquela hora, esquecia tudo... O fone de ouvido mel ligava no ouvinte. Isso fazia com que as participações por telefone me colocasse pertinho dele, ou dela. Era como se estivéssemos numa festa, todo mundo alegra alegre e feliz. Era como hoje no Facebook, onde todo mundo vive uma felicidade eterna, ninguém deve nada, não há conta pra pagar e ninguém é feio. Não havia Facebook nem Instagram, mas o rádio pintava um mundo colorido para espantar as tristezas de quem ouvia e de quem fazia o rádio.

A gente falava de tudo. Eu sempre cumprimentava o ouvinte na abertura do programa com uma alegria que nem sei de onde tirava. Só sei que era sincero, mesmo que estivesse triste.

Tenho um orgulho muito grande de ter usado uma nova maneira de atender o ouvinte ao vivo. Não sei se eu fui o primeiro, só sei que as rádios que a gente ouvia na época, inclusive as grandes rádios, atendia o ouvinte no telefone no ar, perguntando: Alô, quem fala? Eu achava aquilo ridículo, pois o locutor já sabia com ia falar, porque ele falava com o ouvinte antes, ou era informado por um atendente antes dele, que já tinha anotado nome, de onde falava e a música que o ouvinte ia pedir. Então, eu achava uma besteira, falsidade até, perguntar quem estava falando, já que eu sabia quem era. Normalmente eram as mesmas pessoas todos os dias, variava um pouco, mas quando eu atendi a ligação, reconhecia o ouvinte pela voz.

Eu mudei aquilo. Não perguntava quem era, como já estava combinado, eu ia direto: Agora eu vou falar com a minha ouvinte maria, lá do bairro x, alô maria, como vai sua tia! Plagiando o Chacrinha, eu sempre fazia uma rima. E eu não tinha que perguntar que música você quer ouvir, ou como dizem até hoje, qual é a música, sendo que o pedido já está pronto pra ligar play. Eu simplesmente dizia: a música vai pra quem? Quando o ouvinte dizia: ah, quero mudar a música que eu pedi. Eu dava o troco na hora: muda amanhã, que a de hoje já tá rodando. E soltava a música - Era só risada e nunca nenhum ouvinte brigou comigo por causa disso.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Estátua de São Francisco tira cocô do olho

Um sol de estalar mamonas e Francisco continuava em pé com os braços cruzados e as mão viradas para cima. Não sei se rogando preces ou olhando para cima tentando adivinhar quando vai chover.

Assim o vejo todos os dias. Mas, hoje, aconteceu o impossível: A estátua de São Francisco lá na praça se mexeu. Eu vi!
Foi quando um bem-te-vi, desses grandes, pousou-lhe na testa e fez um cocozão bem no olho direito. Bem na hora em que eu olhava pra Francisco. Ele olhou de cima, baixando um dos olhos e, pensando que não havia ninguém olhando, fez bico com a boca, mirou no pássaro e assoprou para espantar o bichinho, que voou com jeito de quem estava aliviado de um peso enorme.
Mas o cocozão ficou, tampando um olho do Santo.
Francisco continuou incomodado e, ainda achando que estava sozinho na praça, mexeu o braço direito e com a mão e limpou o serviço do passarinho, jogando no chão a meleca que lhe impedia de ver direito.
Olhei dos lados e não vi mais ninguém para que eu não pudesse mentir sozinho. Não havia outra testemunha. Só eu e Francisco sabemos que ele se mexeu para tirar um cocô de bem-te-vi. Até eu me mexeria se fosse uma estátua cagada.
Num rompante de surpresa e maravilhado com algo tão inusitado e impossível até aquele momento que só eu vi, gritei para a imagem:
— Ô Francisco! Eu vi tudo, mas só consegui fazer uma foto. Já pensou eu filmando isso? Você não faz de novo?
Foi quando ouvi uma voz:
— Falando sozinho, moço?
Era uma senhora que passeava com um urubu no ombro e um macaco amarrado numa cordinha.
De nada adiantaria contar a história pra uma maluca. Me virei e dei um passo para sair, quando ouvi a velha dizer:
— Viu que doido, Chiquinho? É cada um que me aparece...
Fui embora. Vai que o bem-te-vi me caga também...

Mapa pra lugar nenhum

Sempre carrego num bolso um mapa que não leva a lugar algum.

Já cansei de percorrer os caminhos que ele assinala, mas não me canso de insistir nos seus roteiros.

Embora eu saiba como termina cada destino, teimo em insistir, cada dia em uma rota, embora seja a mesma de outras vezes.
Repetir os caminhos não me fazem mais tolo, nem significa que sou teimoso. É apenas a única saída por não haver outra opção, a não ser os mesmos caminhos de sempre.
Já me disseram que a vida é assim mesmo. Eu não acredito, por isso tento me fazer crer que possa haver algo novo no depois de agora.
Talvez a novidade possa surgir na próxima esquina. Pensar nisso é o único remédio que encontrei para fugir da mesmice do ‘todo dia a mesma a coisa’.
É possível que, em alguma curva, exista alguém com um mapa que me leve a algum lugar que me faça melhor. Mas precisa ter destinos que eu nunca tenha ouvido falar, porque dos que já ouvi, todos são chatos e estão no meu mapa de bolso, incluindo o cemitério, o céu e o inferno.

Não sei

Não sei você, mas eu tenho um monte de perguntas.

Para cada uma delas, dois montes de não sei.

Em cada não sei, três não vi e para cada um desses, quatro sei lá.

De um lado ainda tem dezenas de talvez e, do outro, duzentos quem sabe?

No fundo, é só uma pergunta: por quê?

No raso, são mais duas: quando e onde?

Mas sempre levo de carona uns cinco Como?

Claro que não esqueço uns dois quais e uns cinco quem.

Tem quem se preocupa com quanto. Mas eu acho mais bonito um não sei, bem grande, por isso tenho dois montes.

Quem sabe, talvez, alguém tenha algo do mesmo tamanho para trocar. Pode ser um é possível. Esse anda em falta e no momento não tenho nenhum no estoque.

Só não me venha com sei lá, porque isso é o mesmo que não sei. Coisa que já tenho dois montes.

Essa eu já sabia

Sabe aquele jornal que nunca traz nada que você já não esteja sabendo? Assim também são aquelas pessoas que nunca lhe somam nada. Convivem com você, estão todo tempo ao seu lado, usam tudo o que você compartilha com elas, mas nunca retribuem. Ao contrário, quando abrem a boca é para dizer que nada sabem, espalhando no ambiente uma vastidão de nada. São os sugadores de energia que nos passam apenas a sensação de estarmos sozinhos, embora acompanhados.

Assim como o jornal que repete o que você já viu em outro lugar, as pessoas vazias são cheias repetições que nunca lhe fazem bem, mesmo que você não perceba. Os prejuízos são a perda de tempo e os aborrecimentos pelos minutos ou horas que lhe tomam com assuntos que em nada contribuem com o seu dia.

Todo mundo conhece alguém que, quando aparece, de longe já vem o pensamento: “era é só o que me faltava...”

E lá vem aquela pessoinha detestável desfilar um rosário de bla-bla-bla interminável. Elas parecem possuir um grude, uma cola, que gruda na gente, difícil de descolar. E lá vai a vassoura de ponta cabeça para trás da porta, mas nada da visita ir embora. Quando a abordagem é na rua, pior ainda. O relógio não anda, a hora não passa e a colegagem não dá sinal de falar tchau. E dê lhe histórias que você já conhece de cor e salteado, igual àquela porcaria de jornal que só publica coisas que você já viu na internet. Como diria a personagem de novela: Haja Deus!

Eu diria: Haja saco!

Mas, como tudo o que é ruim pode ser piorado, pior do que isso é se o chato (o chata) for você! Já pensou nisso?

Há pessoas que sabem que são chatas, porém, quando descobrem já não há mais como mudar. Alguns tipos de chatices não têm cura, por mais que se queira curar.

Nesses casos, só há uma saída: aceitar para doer menos. Assim, se esse for seu caso, aceite. E, como não dá para mudar, faça o contrário que é pra marcar território: tente o possível para ser cada vez mais chato. Já que nunca se lembram de você como uma pessoa legal, faça tudo para ser inesquecível como a chatice em pessoa. Talvez você ganhe o prêmio de chato (a) do ano!  Não seria legal?

Eu estou tentando, mas vou te contar: até pra chato é difícil ganhar alguma coisa.

Mas, lembre-se: mesmo ganhando um campeonato de chatice você nunca conseguirá ganhar da inutilidade daquele jornal que só publica o que você já sabia.

Será que é assim?

Passei sobre o passado passando como se fosse um só passo.

Apenas um passo é o que a vida nos parece no presente.

Presente que, como o passado, parecia que nunca passaria.

Como o vento de chuva que traz e leva as gotas embora, o hoje passa a ser ontem do mesmo modo que o dia se torna noite.

Dizem que o amanhã não existe, porque quando chega já é hoje.

Assim, aguardamos um dia que nunca vamos viver.

Não, não é um truque de palavras, mas uma dúvida que nem a mais sábia cigana pode enxergar na bola de cristal.


domingo, 4 de dezembro de 2022

Nada de nada

O nada não é nada

O nada nunca é nada

Por isso não sei de nada.

Não existe um pouco de nada

Não há um nada completo

Nada é cheio de nada

Nada é nada.

Nunca vi a cor do nada

Não senti o cheiro de nada

Nem nunca comi o nada.

Ainda não vi o nada

Porque nada sai do nada

Por isso não tenho nada

Acho que nada não existe.

Por isso não sei de nada.

 

Clóvis de Almeida

Ouvindo Raul

Eu sou a mosca que perturba o seu sono
Não a do Raul, mas a sua mosca.
Aquela da metamorfose
Não a ambulante, mas a que mora na sua consciência.
Eu sou a mosca que pousou na sua sopa.
Não a da canção.
Mas a da opinião que você pensa que tem sobre tudo.
Eu sou a mosca.
Ou não sou nenhuma,
porque você mata uma e ela se junta às outras, fantasmas
zumbizando seu juízo. Juízo mal feito que
você fez, opinião errada  formada  sobre tudo.
Sobre o que é a razão, sobre o que você nem sabe o que é.
Eu sou a mosca que perturba o seu sono.
Sou o zumbizar que você ouve quando o sono se vai.
Sou a nuvem escura que enegrece sua velha opinião.
Eu sou a mosca que confunde sua existência.
Sou a mosca da bola de cristal que você comprou de um camelô,
Vizinho do sábio faraó que repousa nos livros da estante, ao
Lado de Dom Quixote.
Sou a mosca, mas, se chamarem, diga que eu saí, sem
Saber se é hora de sair ou de chegar.
Tudo é tão estranho que não sei como explicar.
Eu sou a mosca, sou você.

Estou me rifando para casar

Sou um rapaz de bom caráter, bonito, garboso, com todas as perfeições físicas que podem agradar qualquer mulher. Porém, não tenho dinheiro para o casamento. Por isso, me ofereço da seguinte maneira: Vou fazer um sorteio da minha pessoa num concurso de rifa com 600 números, onde podem concorrer solteiras, donzelas e viúvas, com menos de 32 anos de idade. O preço de cada bilhete é de mil reais. A feliz ganhadora terá direito à minha pessoa e ao prêmio da rifa, sendo que, para receber o dinheiro terá que me desposar primeiro. Os bilhetes estão à venda na casa de loterias no centro da cidade.

O anúncio acima foi publicado no jornal “O Spectador Brasileiro”, do Rio de Janeiro, com data de 05 de julho de 1824, com o título original de “Casamento por uma rifa”.

Como não é assinado por ninguém e com um chapéu de editoria nominado “Micelâneas”, é bem provável que seja uma brincadeira, ou “pilhéria”, como se dizia na época, um assunto publicado como “calhau”, texto qualquer para tampar um buraco a fim de fechar a página do jornal, já que foi estampado no final da última coluna.

Mas, chama a atenção pela ideia original. Nos dias de hoje, provavelmente não daria certo. Mas há 200 anos, quem sabe? Os casamentos tinham por obrigação o tal do dote, pago pelo pai da noiva. Assim, muitas moças pobres ficavam sem se casar por falta de dinheiro. E, se eram pobres, também não conseguiriam comprar a rifa, uma vez que o valor real pedido era de 20 mil réis, em 1824, algo em torno de 120 mil reais, no dinheiro de hoje, 2022.

O jornal de quatro páginas é a terceira edição do periódico publicado pela gráfica do governo imperial, com o objetivo de falar da vida diária do imperador Dom Pedro, de política, comércio e registrar fugas de escravos, algo comum na imprensa daquela época.

Fica a dica: está sem grana para se casar? Rife-se! Como sempre há uma tampa para uma panela, não vai faltar doida (ou doido) que arrisque um “zóio”. Vai que dá!

sábado, 3 de dezembro de 2022

Essa eu já sabia

Sabe aquele jornal que nunca traz nada que você já não esteja sabendo? Assim também são aquelas pessoas que nunca lhe somam nada. Convivem com você, estão todo tempo ao seu lado, usam tudo o que você compartilha com elas, mas nunca retribuem. Ao contrário, quando abrem a boca é para dizer que nada sabem, espalhando no ambiente uma vastidão de nada. São os sugadores de energia que nos passam apenas a sensação de estarmos sozinhos, embora acompanhados.

Assim como o jornal que repete o que você já viu em outro lugar, as pessoas vazias são cheias repetições que nunca lhe fazem bem, mesmo que você não perceba. Os prejuízos são a perda de tempo e os aborrecimentos pelos minutos ou horas que lhe tomam com assuntos que em nada contribuem com o seu dia.

Todo mundo conhece alguém que, quando aparece, de longe já vem o pensamento: “era é só o que me faltava...”

E lá vem aquela pessoinha detestável desfilar um rosário de bla-bla-bla interminável. Elas parecem possuir um grude, uma cola, que gruda na gente, difícil de descolar. E lá vai a vassoura de ponta cabeça para trás da porta, mas nada da visita ir embora. Quando a abordagem é na rua, pior ainda. O relógio não anda, a hora não passa e a colegagem não dá sinal de falar tchau. E dê lhe histórias que você já conhece de cor e salteado, igual àquela porcaria de jornal que só publica coisas que você já viu na internet. Como diria a personagem de novela: Haja Deus!

Eu diria: Haja saco!

Mas, como tudo o que é ruim pode ser piorado, pior do que isso é se o chato (o chata) for você! Já pensou nisso?

Há pessoas que sabem que são chatas, porém, quando descobrem já não há mais como mudar. Alguns tipos de chatices não têm cura, por mais que se queira curar.

Nesses casos, só há uma saída: aceitar para doer menos. Assim, se esse for seu caso, aceite. E, como não dá para mudar, faça o contrário que é pra marcar território: tente o possível para ser cada vez mais chato. Já que nunca se lembram de você como uma pessoa legal, faça tudo para ser inesquecível como a chatice em pessoa. Talvez você ganhe o prêmio de chato (a) do ano!  Não seria legal?

Eu estou tentando, mas vou te contar: até pra chato é difícil ganhar alguma coisa.

Mas, lembre-se: mesmo ganhando um campeonato de chatice você nunca conseguirá ganhar da inutilidade daquele jornal que só publica o que você já sabia.

 

Clóvis de Almeida 2022 

domingo, 27 de novembro de 2022

Eu comigo mesmo


O que você tem feito de bom?
Está aí uma boa pergunta.
Sinceramente, não sei responder.
É que não sei o que é bom.
Bom para quem?
Talvez para quem receba a minha bondade.
Mas será que seria bondade?
O que de bom você faria que não fosse para
receber algo em troca?
Não sei.
Mas será que eu faço isso?
Claro que faz.
Mas, então não é bondade.
É uma troca.
Ora, troca de bondades.
Dou uma e recebo outra.
Mas isso é justo? Não é hipocrisia?
Acho que não. Troca justa.
Então, o que tem feito de bom?
Sabe que eu não sei. Depende do que é bom.
Bom para quem? Para mim ou para quem recebe?
Para os dois.
Acho mesmo é que preciso parar de conversar sozinho.